"Novo Enem é ótima oportunidade para discutir ensino médio", diz presidente do Consed

15-05-2009 15:30

ana Okada
Em São Paulo

Para a presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), Maria Auxiliadora Seabra Rezende, o mais importante da reunião sobre o novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), realizada na quinta (14) entre secretários de Educação e o MEC (MInistério da Educação), foi a possibilidade de discutir o ensino médio.

O foco das discussões até agora tem sido a possibilidade de usar o novo formato do exame como vestibular. O MEC divulgou um balanço oficial em que 30 instituições já demonstraram interesse em adotar o novo Enem.

"Aprovamos a universalização, mas desde que haja discussão mais aprofundada sobre os detalhes do exame, principalmente da logística", diz Maria Auxiliadora. Para ela, que também é secretária de educação de Tocantins, a obrigatoriedade do exame é interessante, pois permitirá a universalização do acesso ao ensino superior e o mapeamento de cada escola do país.


Nesta quinta (14), o MEC divulgou o desejo de tornar o Enem obrigatório a todos os alunos da rede pública no ano que vem. A intenção é que o novo Enem sirva como certificação dos cursos, ou seja, que ele defina se o aluno completou ou não o ensino médio. Também foram divulgados o conteúdo do exame e a matriz de habilidades.

A presidente afirma que a maior preocupação do Consed era que não houvesse mudanças radicais no Enem 2009 para não prejudicar os alunos que vão prestá-lo neste ano.

A obrigatoriedade do novo Enem no ensino público deve começar no início de 2010. Para isso, segundo ela, é preciso que sejam garantidas condições para o acesso de todos os alunos: "o exame só pode ser obrigatório se houver estrutura para isso, não podemos pedir que o aluno tire dinheiro do bolso".

Como será a universalização

O tema deverá ser discutido no comitê de governança, que definirá, dentre outros detalhes, a forma com que será implantada a participação dos Estados no Enem. Maria Auxiliadora diz que a entrada deles depende de como as regras do Enem 2010 forem construídas. As mudanças devem ser definidas até o final deste ano.

"Para que a universalização se concretize será necessário que os Estados tenham condições para que todos os estudantes, [tanto os de escola pública quanto os de escola privada], participem". Os pólos que aplicam o Enem atualmente deverão ser revistos pelo MEC.

Para o exame de 2010 está prevista também a revisão da duração da prova, que poderá ser realizada em um dia ou um dia e meio. No Enem do final do ano, a prova terá duração de dois dias, o que pode signficar até 11 horas e meia de prova.

A presidente do Consed afirmou que a proposta da obrigatoriedade do Enem foi sugerida pelo MEC e aceita pelo Consed, diferentemente do que havia sido divulgado pelo ministério.
 
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