Trabalho, Renda e Direitos no 1º de Maio

15-04-2009 12:59
EM MEIO A UMA DAS MAIORES CRISES FINANCEIRAS QUE O MUNDO JÁ ASSISTIU EM SUA HISTÓRIA,
BANDEIRAS GANHAM IMPORTÂNCIA ESPECIAL
 São Paulo - Milhares de trabalhadores tomarão as ruas em todo o Brasil no 1º de Maio para protestar em defesa do emprego, da renda e dos direitos. Em meio a uma das maiores crises financeiras que o mundo já assistiu, essas bandeiras de luta ganham importância especial.

“O Dia do Trabalhador será diferente este ano. Com a crise, o emprego se transformou no grande sustentáculo da economia. Foi a geração de milhares de novos postos de trabalho nos últimos anos que impediu que a crise atingisse em cheio o Brasil”, destaca o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

Apesar da óbvia importância do emprego e da renda, empresários têm trabalhado com demissões e rebaixamento de salários. “Os que estão demitindo e retirando direitos do trabalhador são os mesmos que transformaram a economia do planeta num imenso cassino financeiro”, diz Marcolino. Ele destaca que o consenso de Washington pregou, ao longo dos últimos anos, uma receita de Estado mínimo, privatização, corte nos gastos públicos e redução de direitos sociais, contra os quais os trabalhadores resistiram bravamente.

Agora, que o neoliberalismo faliu, “os capitalistas que lucraram bilhões parasitando o suor e o sangue da classe trabalhadora tentam passar a fatura dos rombos que geraram para o nosso bolso. Não vamos pagar esta conta! Neste momento de luta e superação, a melhor vacina contra os impactos negativos da crise internacional é a defesa do nosso mercado interno, do emprego, da renda e dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários dos brasileiros”, diz a CUT em nota oficial sobre o dia 1º de Maio.

Convenção 158 – Uma das principais reivindicações dos trabalhadores para proteger o emprego é a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe a demissão imotivada. O Brasil já foi signatário dessa Convenção, mas em 1996 o então presidente Fernando Henrique Cardoso denunciou-a, por decreto. Ou seja, a 158 passou a não mais valer para o Brasil. Depois de muita pressão da CUT, o presidente Lula enviou a Convenção ao Congresso Nacional. Mas, até agora, os deputados não votaram.

“O envio da Convenção 158 ao Congresso Nacional pelo presidente Lula foi resultado direto da 4ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, realizada no final de 2007, em Brasília. A adesão do Brasil ao tratado é uma antiga reivindicação dos trabalhadores. Para nós, bancários, tem importância especial, porque proíbe justamente que as empresas lucrativas, como é o caso dos bancos, dispensem os trabalhadores sem motivo. Neste momento em que vivemos um grande processo de fusão e aquisição entre os bancos que atuam no Brasil, precisamos muito que a Convenção 158 da OIT entre em vigor para que os bancos sejam proibidos de sacrificar empregos para manter lucros”, destaca Marcolino, convidando todos os bancários a fazer parte dos protestos do Dia do Trabalhador. “A CUT, este ano, fará atos descentralizados, com serviços de cidadania e amplo debate sobre a importância dessas bandeiras para os trabalhadores e para o Brasil.”

Ato – As manifestações do 1º de Maio da CUT ocorrerão nas zonas Leste e Sul da capital. Na Sul, o ato acontece a partir das 10h, na altura do nº 395 da Avenida do Arvoreiro, no Parque das Árvores. Na Leste, o local será divulgado nos próximos dias.

Principais reivindicações da CUT para o dia 1º de Maio
• Defesa do emprego e da renda, fim das dispensas imotivadas, ratificação da Convenção 158 da OIT
• Corte nas altas taxas de juros
• Redução da jornada de trabalho sem redução de salário
• Reforma agrária e fortalecimento da agricultura familiar
• Ampliação dos investimentos nas áreas sociais
• Valorização dos serviços e dos servidores


Fábio Jammal Makhoul - 14/04/2009
 
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